O grande tema do mês de julho para os mercados no Brasil foi a sinalização de que a inflação poderia iniciar um período de acomodação, seja por conta da redução dos impostos – inclusive combustíveis – ou pelo início dos efeitos dos juros elevados na economia. Isto é algo que sugere que estamos próximos do fim do ciclo de aperto monetário e que nos permite “sonhar” com um novo início de queda de juros.
Com isso, os mercados de risco se animaram e o Ibovespa teve valorização de 4,69% no mês. O anúncio de dividendos extraordinários da Petrobras (BVMF:PETR4) também contribuiu para a alta na última semana do mês. Vale destacar também o desempenho do índice de Small Caps, que teve uma valorização de 5,16%, mostrando interesse dos investidores pelas “barganhas” disponíveis.
A acomodação da inflação bem como seus impactos na curva de juros deve apresentar novos destaques em agosto. Isto é algo que pode estimular o investidor a colocar mais risco na carteira, com a inclusão ou aumento de posições em ações uma vez que os preços estão extremamente atrativos no Brasil.
Logicamente que os riscos estão aí e devemos monitorar. Dois pontos merecem destaque: Ajustes na Economia Mundial e Eleições Presidenciais no Brasil.
Logicamente que os riscos estão aí e devemos monitorar. Dois pontos merecem destaque: Ajustes na Economia Mundial e Eleições Presidenciais no Brasil.
Sobre os ajustes, é importante dizer que as economias desenvolvidas ainda convivem com taxas de inflação elevadas decorrentes dos impactos da Covid-19 e da Guerra na Ucrânia. O remédio de aumento das taxas de juros apenas começou a ser ministrado e teremos ainda algum tempo para medir a dosagem correta.
A situação da Europa preocupa mais em razão dos impactos dos embargos à Rússia no suprimento de diversos insumos, principalmente do gás, importante na matriz energética da Europa atualmente.
Nos Estados Unidos, o principal ponto de preocupação é o impacto dos ajustes macroeconômicos no mercado financeiro e suas conexões retroalimentadas com a economia real.
No Brasil, em dois meses teremos o primeiro turno das eleições presidenciais que estão polarizadas entre dois candidatos de matrizes políticas completamente diferentes. Apesar disso, o maior risco monitorado pelo mercado hoje é a contestação do resultado eleitoral por qualquer uma das partes.
Isto pode colocar o Brasil em um período de vácuo institucional capaz de potencializar a percepção de risco. Esperamos que isso não aconteça!
O caminho de redução das taxas de juros é longo. Não será rápido, não será fácil. Dependerá do comportamento do nível de atividade, da inflação, da eleição, dos riscos fiscais e do cenário externo. Mas, sem dúvidas, é um movimento que será positivo para as ações.
Aos poucos os ativos se valorizam e quando o cenário estiver totalmente claro, provavelmente já teremos visto valorizações importantes ficarem pelo caminho. É hora de aproveitar o início do ciclo!
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