Especialista diz que decisão sobre quando investir em cada tipo de ativo está bastante associada ao ambiente macroeconômico
No mercado de investimentos, as ações podem ser classificadas como ordinárias e preferenciais ou pelos setores que as companhias atuam. Mas há dois termos que também ajudam os investidores na hora de montar suas carteiras: ações de crescimento e ações de valor.
As ações de crescimento, como o nome sugere, apresentam alto potencial de avanço. Ou seja, são papéis de empresas que tiveram aumento em receitas de vendas e no lucro.
Devido ao alto crescimento passado, os investidores esperam que essas companhias “continuem a crescer no futuro” e isso faz com que tais ativos negociem à múltiplos mais altos, explica Igor Cavaca, head de gestão de investimentos na Warren Asset.
Exemplos dessas empresas de crescimento são as de tecnologia, “que começam pequenas, como startups, e trilham a rota de crescimento”, afirma Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde Investimentos.
Já as ações de valor são ativos negociados abaixo do considerado justo pelo mercado. O preço merecido costuma ser determinado a partir de uma análise de dados, como caixa da empresa, Ebitda e índice de preço e lucro, por exemplo.
Quem investe em empresas com ações de valor, diz Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, pode esperar ganhos previsíveis, lentos e constantes ao longo dos anos. Mas ele destaca que os retornos costumam ser menores que os papéis de crescimento.
Como se posicionar
Cavaca diz que a decisão sobre quando investir em cada tipo de ativo está bastante associada ao ambiente macroeconômico. Em momentos de alto crescimento da economia, os ativos de valor tendem a performar melhor.
Em contrapartida, os ativos de crescimento se beneficiam em momentos recessivos, associados a cenários de juros baixos.
“Agora, nessa queda recente do mercado, existem empresas de crescimento com queda de 80%, e as de valor caem menos, pois o lucro e a geração de caixa são mais palpáveis”, comenta o gestor da Rio Verde Investimentos.
O fundador da Quantzed diz ser importante ter os dois tipos de ações na carteira. Mas aponta que é necessário que o investidor selecione bem as empresas de crescimento que vão compor o portfólio, pois, elas oferecem mais risco na comparação com as de valor —que seguram volatilidade devido à previsibilidade.
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